Realizada com tinta acrílica sobre tela (50 x 80 cm), a floresta abstrata de Helenita Teixeira proporciona uma jornada nas verticalidades e nas cores plena de intensidade e mistério. A direção ascensional dos troncos das árvores aponta para a espiritualidade individual. A natureza surge como um espaço sagrado ao ser representada com áreas de claros e escuros em que tudo se torna possível. Não há uma visão clara e cartesiana da chamada realidade, mas uma jornada plena de sugestões, numa caminhada que leva para o interior da consciência. A imagem estabelece uma atmosfera em que somos levados a percorrer portais que apontam para um universo de percepções arquetípicas e individuais. A obra não se propõe a ser um retrato realista de um espaço natural, mas indica veredas de um diálogo perceptivo em que cada observador percorre a sua jornada vivencial.
Oscar D’Ambrosio