A arte é um exercício de representação do mundo. Há infinitas maneiras de pensar um trabalho e incontáveis formas de realizar o que se tem em mente. Um grande mistério – e uma interminável riqueza – se dá nas distâncias entre o projeto idealizado e o resultado alcançado. Muitas vezes, o construir se dá de uma maneira aparentemente mais intuitiva e, nesse processo, memórias afetivas e intelectuais são essenciais. A imagem de AM. (@amcolorful.art) que acompanha este post faz pensar nas dualidades. Há a questão do masculino e do feminino, unidos no corpo, mas com olhares em distintas direções. Ela se volta para as plantas, próximas da janela, como se houvesse, na natureza ou na luz que passa através do vidro uma esperança de uma integração, rumo àquilo que muitos chamam felicidade, que talvez não passe de uma completude de si mesmo somente possível no diálogo com o outro.
Oscar D’Ambrosio