Pintar é um desafio permanente. Cada obra é a procura da resolução de uma indagação sobre aquilo que o artista busca. O trabalho de Paulo Lara Paes de Barros que acompanha este post mostra como podem ser solucionadas questões visuais relacionadas ao espaço. Ao centro, há, em tonalidades vermelhas, uma árvore. Surge um estranhamento no primeiro círculo da esquerda para a direita, pois, embora esteja próximo, em distância e na forma de pintar, da figura protagonista, não se conecta diretamente com ela. Relaciona-se com o teto acinzentado de uma das casas, cujo cromatismo aponta para a outra residência e novamente para a árvore. As resoluções verticais da cerca, por sua vez, a porteira fechada e as paredes das casas sem portas ou janelas introduzem o observador em um ambiente metafisico. O conjunto mantém assim o mistério que evoca o fascínio da arte como atividade exclusivamente humana.
Oscar D’Ambrosio