As obras de arte ganham em riqueza interpretativa quando se tornam progressivamente abertas, ou seja, quando as possibilidades de interpretação se multiplicam. Existe assim o desafio de que cada imagem possa estabelecer conexões inesperadas entre aquilo que o artista pensou no ato de criação e o que o observador interpreta. Há nesse processo um diálogo de diferentes referenciais que gera leituras muitas vezes surpreendentes. As obras de Roseli Jacobsen (@roselijacobsen.art) têm seus pontos mais altos exatamente quando as perdas dos referentes concretos – ou mesmo a sua diluição – libertam os olhares. As amplas conexões possíveis entre formas e cores funcionam como janelas a ampliar a percepção de quem vê. As sugestões das imagens funcionam como sutis condutores de um processo mental em que a única proibição é não se permitir sonhar.
Oscar D’Ambrosio