Reentrâncias, de Leila Costa Quaglio
Quando se pensa em cerâmica, é inevitável a analogia da modelagem com a criação do mundo. Existe nas peças um ato demiúrgico, pois o criador exala nelas sopros de vida. Cada obra é a manifestação de uma interpretação de si mesmo e da realidade circundante. A partir do que conhece, com a técnica que utiliza, cada artista gera elementos que fascinam pela temática, pela resolução visual, pela simbologia e pelo diálogo entre todos esses elementos. Leila Costa Quaglio (@leilacostaquaglio) realiza em seus trabalhos um mergulho em reentrâncias, cheios e vazios que aludem à questão das múltiplas manifestações do feminino, seja quando trata da maternidade, do mar ou de outros temas aparentes. O grande assunto da artista é a maneira de lidar com o espaço de modo que ele se torne um universo aconchegante, no qual as figurações e sugestões geram espaços de acolhimento.
Oscar D’Ambrosio
