Observar é uma arte. Perceber e ver um determinado objeto isolado ou uma situação em seu conjunto constitui é um dos princípios essenciais de qualquer análise. O “Observador”, de Eliane Mezari, traz, no mínimo, quatro pontos de reflexão sobre o tema. Ele tem, na parte superior, uma espécie de antena parabólica, pois, para observar, de fato, o que ocorre é preciso estar conectado com o que se deseja perscrutar. Os dois olhos são diferentes, o que indica que olhar atentamente não garante isenção total. Há muitas maneiras de contemplar – e cada uma nos oferta possibilidades distintas de criar o nosso discurso sobre o que está em foco. Chegamos assim à chave. As portas de interpretar o mundo considerado real são múltiplas e as chaves, infinitas. Existe em cada um de nós conexões, olhares e leituras que nos permitem uma relação mais múltipla e mentalmente saudável com tudo o que nos cerca.
Oscar D’Ambrosio