A solidão pode estar em todo lugar – e não necessariamente é um sentimento de crise existencial. A imagem de Sonia Corazza que acompanha este post, realizada com aquarela sobre papel canson A4, traz uma mulher perante a imensidão do mar. A situação é reforçada pela presença de apenas uma ave no céu. A linha do horizonte leva quem vê a imagem a se sentir diminuto perante o conjunto da natureza. A sugestão do fluir das marés acentua esse conceito de que a vida é uma dinâmica regida por esse ir e vir. Se, por um lado, há um infinito ciclo; por outro, cada onda é única. Analogamente, cada vida segue o mesmo fluxo de nascer, viver e morrer, mas cada uma tem aspectos particulares, peculiares e únicos. Viver reúne essas complexidades. Por isso, olhar o mar aberto pode ser uma maneira de se situar no mundo, sem se sentir o melhor ou o pior dos seres, mas uma parte do fluir de um todo.
Oscar D’Ambrosio