Cada obra de arte conquista autonomia visual pela articulação dos elementos que a constituem. “O candelabro amarelo”, guache sobre papel (43 x 31 cm), de Marcio França Ribeiro, cria uma vereda para conduzir o olhar do público para dentro do quadro. O trajeto, quadriculado em amarelo e vermelho, introduz a uma sequência de linhas que se articulam internamente. O foco de atenção da obra está nos três círculos amarelos ao centro. A cor dialoga com outras áreas de tonalidades semelhantes, auxiliando a estabelecer um equilíbrio no espaço, algo que é conseguido também pelos verdes e vermelhos. A profusão de conversas visuais entre esses setores auxilia a convidar o observador a perceber como esses diálogos existem, inclusive porque eles encontram nas tonalidades de marrom alguns contrapontos que auxiliam a manter a mente e a vista atentas.
Oscar D’Ambrosio