As perguntas clássicas da filosofia grega sobre de onde viemos, o que somos e para onde vamos ganham expressão visual na obra “Sou um vento que passa”, de Fer Cristina. Ao se olhar o trabalho, realizado com técnica mista sobre tela (1 x 1 m), alguns verão marchas coloridas; outros, rostos deformados. Feita com as mãos direto no suporte, em um processo em que os pinceis foram apenas coadjuvantes, alerta, principalmente neste momento de pandemia, como cada ser humano é semelhante aos outros e pequeno perante o universo. Como alerta o título da obra, somos apenas “um” vento, ou seja, mais um entre os milhões de indivíduos que existem. Desenvolver essa humildade é um desafio. Ter uma consciência da finitude é um importante caminho – e a arte pode ajudar muito isso. Cada criação é um passo para encontrar a si mesmo e se entender como uma pequena parte de um enorme conjunto.Oscar D’Ambrosio