A metáfora da caverna é muito rica. A ideia de que existe fora dela um mundo ideal, como aponta Platão, é um caminho de interpretação. Há também a possibilidade de leitura que aponta para o entrar nas profundezas da caverna como um mergulho em si mesmo. Ao percorrer o poço interior de nossos medos, seria possível vislumbrar a possibilidade de um recomeço. A jornada não seria necessariamente de dores e medos. Pode haver flores, como mostra a imagem de Wander Melo que acompanha este post. Uma questão essencial, porém, é que muitas vezes não olhamos para alguma beleza do caminho. Outro risco é estacionar nesse momento de prazer, deixando de lado a aventura de ir fundo naquilo que desconhecemos e que podemos temer a tal ponto que nos faça estagnar. As profundezas da caverna podem ser assustadoras, mas geralmente são sadiamente necessárias.Oscar D’Ambrosio