A obra que acompanha este post de Marlene Trouva traz sutis desafios para quem a vê. Realizada com a técnica encáustica fria, oferece um portal de entrada para um universo de transparências. A dinâmica entre os azuis e amarelos propicia, no mínimo, dois níveis de leitura. Um deles é sobre o ritmo das formas propostas, já que as áreas verticais funcionam como um eletrocardiograma. Há outra camada de leitura. O que está ao fundo também tem a sua forma de composição, somente que, mais sutil, por estar rebaixada. É do conjunto dessas interações que o trabalho se alimenta. Os movimentos permitem ainda observar as diagonais que levam o olhar para distintas direções, auxiliando a entender o todo como algo que, muito além da soma das partes, se dá nos mistérios da composição que permitem que o impacto global atinja a percepção emocional do observador.
Oscar D’Ambrosio