A exposição Amar-Elos – Vidas Úteis, de Anete Ring (@anetering), na #LinhadaCultura online (https://biblioteca.metrosp.com.br/index.php/ptbr/359-linha-visuais/894-amar), gera uma reflexão sobre quem somos na sociedade contemporânea. Tudo começa com um catálogo telefônico, as chamadas, em um passado não tão distante assim, “Páginas Amarelas”, um local anterior à Internet em que nomes e números se acumulam, num universo em que idealmente é possível encontrar qualquer pessoa ou serviço. Com o isolamento necessário pela pandemia causada pelo novo coronavírus, a artista toma páginas desse mundo catalogado e pinta nele rostos anônimos que parecem buscar justamente com quem dialogar. A impessoalidade dos nomes da lista ganha assim uma cara – e cada imagem que surge, por não ser alguém específico, se torna universal. Assim, cada ninguém se torna todos, o que nos traz de volta à lista telefônica, local em que todos residem na forma de nomes e números sem rosto.
Oscar D’Ambrosio