Objetos escultóricos têm muito de seu encanto na maneira como levam a olhar de maneira diferente para aquilo que costumamos chamar realidade. As peças tridimensionais de Wander Melo têm essa característica. O artista toma, por exemplo, um Tamanduá (madeira, técnica mista, 10 x 25 x 65 cm), como no presente post, e chega a uma nova forma, que remete à original, mas com um estilo próprio. As linhas curvas de sua pintura são mantidas na obra, existindo ainda soluções próprias para lidar com as cores, escapando daquelas do animal e realizando experimentações que acentuam a dinâmica em uma perspectiva lúdica que remete a um espaço fantástico, em que cada representação visual é realizada com liberdade. A única constância do artista é a de ousar sempre, o que significa uma constante busca por soluções cada vez mais aprimoradas seja na forma, no conteúdo e no diálogo entre essas instâncias.
Oscar D’Ambrosio