Fazer uma obra de arte é um processo muito próximo da alquimia. Não me refiro ao sentido místico, mas ao mítico no sentido de se tratar de uma jornada interior. Cada novo trabalho, nesse aspecto, pode ser um passo rumo ao encontro da pedra filosofal, da quintessência, daquele momento mágico em que parece ter sido possível atingir a felicidade e o êxtase criativo. A pintura de Franchini que ilustra este post traz elementos visuais que apontam para um processo que pode caminhar nessa direção: o da sobreposição de camadas. Mesmo que muitas coisas fiquem escondidas e não sejam vistas pelo observador, elas estão lá. Permanecem na tela a contar a história do objeto artístico. A sobreposição de tinta auxilia a dar vida a uma construção visual para que ela ganhe volume não só físico, mas também mental e espiritual.
Oscar D’Ambrosio