Um dos fascínios da arte da aquarela está nas possibilidades que ela oferece. Dependendo do criador visual que lida com ela, pode ofertar trabalhos realizados com diversas formas e gestos. A obra de Antonio Goper que acompanha este post traz diálogos encantadores. Temos a representação da planta e um fundo em que o aspecto formal predomina. Se a natureza surge ao centro, na vertical; há cinco faixas horizontais, em tonalidades de ocre, amarelo e cinza, separadas por quatro linhas pretas. Enquanto a figura predominante é mostrada de maneira realista, com detalhamento das folhas; o fundo é apresentado sem precisão geométrica, com leveza, num sutil exercício de uso de cores e tonalidades. São estabelecidas assim conversas que apontam justamente para o próprio fazer artístico e suas escolhas. A obra de Antonio Goper nos introduz nessas discussões ao instaurar um pleno e delicado silêncio.
Oscar D’Ambrosio