"Sobre minhas inquietações I", obra de Neco Soares que acompanha este post, encerra questionamentos sobre o que é arte. O trabalho fala “sobre” algo ou “é” algo em si mesmo? Provavelmente as duas alternativas se mesclam em diferentes níveis de acordo com o artista e sua criação. Além disso, as “minhas” inquietações são progressivamente artísticas quando se tornam “nossas”, ou seja, quando o individual caminha para o universal. Quanto às “inquietações”, são uma das forças motrizes da arte. O desafio é transformar essa percepção em manifestação visual. Neco Soares, na presente obra, que integra a série "Autorretrato", realiza um feliz casamento entre duas técnicas. Sua monotipia (impressão única por definição) sobre fotocópia (reprodução múltipla na essência) permite que a visão de si mesmo (autorretrato) que ele cria seja única e múltipla ao mesmo tempo, o que a torna profunda. Oscar D’Ambrosio