Infinitas discussões podem ser travadas sobre os diferentes suportes na arte e as suas utilizações. Nesse contexto de pesquisas sobre aquilo que já foi feito, o que é realizado hoje e perspectivas futuras, a obra de Francisco Lamas Neto que acompanha este post nos traz um exemplo de uma obra realizada com papelão. Nela, o suporte é a própria obra. Existe uma exploração de volumes e de áreas cheias e vazias que instauram um ritmo para o olhar. A composição é o resultado de um processo de construção em que as potencialidades do material com o qual se trabalha estão no centro das atenções. O experimentar, o pesquisar, o pensar e o fazer atuam simultaneamente no sentido de propiciar a quem vê um portal de veredas a serem percorridas. O trabalho é uma aula de complexa singeleza sobre como o papelão pode ser visto e tratado como suporte nobre.
Oscar D’Ambrosio