A arte, no sentido de uma percepção do belo, pode estar pronta na natureza, quando basta vê-la e usufruir de suas formas ou cores, ou, na acepção de ser uma atividade essencialmente humana, pode ser feita a qualquer momento e com quaisquer materiais. A imagem de José Laranjeira que acompanha este post resulta da habilidade do olhar do escultor. Ele toma diversas pedras já existentes em um curso d’água e realiza uma composição que discute volumes e simetrias. A forma final pode ter conotações fálicas, religiosas ou muitas outras. Além disso, a verticalidade pode ser vista em si mesma ou associada à sombra e o entorno. Em outros locais, por exemplo, as conotações e o impacto seguramente serão diferentes. O fascínio do processo está em como cada pedra isolada é mais uma no contexto da natureza, mas, ao se estabelecer um conjunto, é criada uma nova situação, única e encantadora.
Oscar D’Ambrosio