Água é um tema essencial na cultura nordestina. O trabalho de José Filho Muniz (@josefilhomuniz) que acompanha este post trata o assunto de uma maneira ilusionista que evoca o surrealismo. Mais importante, porém, do que a nomenclatura de estilos, é o estabelecimento de uma composição visual que se caracteriza pelo céu que se abre, em uma espécie de cortina de cenário teatral, para oferecer a possibilidade da representação de água escorrer para um poço que está em uma propriedade rural marcada pela aridez. A casa construída com a técnica conhecida como pau-a-pique, a cerca e a vegetação seca complementam um ambiente que remete aos interiores pobres do Brasil, complementando uma atmosfera em que a vida precisa vir do plano superior (seja em forma de chuva ou de fé) para que a caminhada existencial de cada cidadão local possa ser melhor realizada.
Oscar D’Ambrosio