A aquarela é uma linguagem peculiar sob diversos aspectos. Existe nela um ritmo próprio do gesto que leva alguns artistas a utilizarem os seus recursos para captar instantes da natureza com leveza e fluidez. A obra de Ana Mazakina que acompanha este post lida justamente com esses atributos da técnica. Ao representar um fragmento do mundo, se vale das manchas e das tonalidades das cores para atingir a sua proposta visual. Há a sugestão do movimento e, principalmente, um casamento entre o impacto visual obtido pelo conjunto e a paixão que pode ser despertada com a observação de cada detalhe. Ao se isolar, por exemplo, as folhas, com suas gamas de verde, é possível verificar a potencialidade de estar perante novos trabalhos – e cada um tem sua profundidade e a sua resposta visual para o desafio da arte de representar o mundo sempre no desafiador casamento entre a sensibilidade e o apuro técnico.
Oscar D’Ambrosio