Pílula visual: Humanização geométrica
Quando se trabalha visualmente com formas de linguagens que se afastam da figuração ou de elementos facilmente reconhecíveis naquilo que chamamos de real, surgem oportunidades de desvendar um outro planeta de percepções e sensações. É um mergulho em que cada seleção feita, entre as múltiplas escolhas possíveis, determina – e muito – o resultado. O material escolhido, a forma de uso, a composição em que será utilizado e a cor predominante são responsáveis, de maneira determinante, pelo impacto que a obra terá no observador. Marcia Pumark, no trabalho que acompanha este post, por exemplo, estabelece uma humanização geométrica. Os sentidos do olhar pelas linhas que correm em várias direções e o material e o volume são tão importantes quanto os vazios do suporte. Nesse diálogo entre o que é construído e o que fica livre, a arte estabelece as suas relações com o mundo.
Oscar D’Ambrosio
