A capacidade das esculturas estabelecerem diálogo com o observador é de grande riqueza. O fato de lidar com a tridimensionalidade cria uma empatia que muitas vezes os trabalhos bidimensionais não atingem. A obra em terracota “Mulher ajoelhada”, de Léa Magalhães Freire, que acompanha este post, apesenta um denso diálogo entre a escolha pela figura humana, especificamente a feminina, e a composição geométrica na região do corpo. A reentrância do material faz pensar como os jogos entre formas são importantes na construção das obras visuais. A peça como um todo remete a uma posição de reverência e submissão. O maior encanto do trabalho, além da questão simbólica que a posição da peça comporta, é na maneira como a artista humaniza a geometria, gerando um resultado pleno de delicadeza e lirismo. Oscar D’Ambrosio