As árvores têm uma mágica força nas culturas e mitologias. Simbolicamente estão vinculadas aos elos existentes entre três universos: o subterrâneo, geralmente associado ao mundo dos mortos; o terreno, a força da vida e das pessoas e animais; e o divino, local em que residem os deuses. A imagem de Sandra Filardi que acompanha este post recupera esses sentidos e permite outra discussão: a da fidelidade da cor ao referente que convencionamos chamar de real. A pujança da aquarela está em captar uma impressão da essência desse ser majestoso, não como uma cópia do cotidiano, mas como uma representação plena de emoção e de sentimentos. A fluidez da técnica caminha nessa direção, pois as manchas da copa são misteriosas em sua capacidade de estabelecer uma poética regida por um expressivo e significativo lirismo.
Oscar D’Ambrosio