Pílula visual: O que me vem da alma "Quem és? Perguntei ao desejo./ Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada". As palavras da escritora Hilda Hilst são colocadas pela artista visual Claudia Azevedo de Mattos como uma porta de entrada para o trabalho “O que me vem da alma”. O painel, de 105 x 71 cm, feito com algodão tingido, pintado e estampado com carimbos, apliques de seda e bordados, constitui uma das múltiplas expressões de uma criadora que leva para as suas obras a intensidade das formas orgânicas com extrema delicadeza. Há poesia permanente na maneira como sugestões de folhas, troncos, galhos e colinas ganham vida. A sua integração com os movimentos da natureza impressiona, pois, como apontam os versos da poeta, ser chama incandescente, pequenas partículas do universo ou nada ser são apenas facetas da multiplicidade e das metamorfoses da vida – e a arte lida com essas transformações a todo tempo.Oscar D’Ambrosio