Um desafio na construção de uma paisagem está na maneira como os planos são distribuídos, principalmente quando se pensa que existem elementos mais próximos e mais distantes. Na obra de Jocelino Soares que acompanha este post, dentro de uma estrutura horizontal, é possível observar os diversos tons do céu. Logo abaixo, temos um relevo de colinas, uma plantação e, já mais próximo, árvores frondosas, com e sem flores em suas copas. O elemento urbano surge numa estradinha em que temos um ônibus, uma charrete simples e um homem a pé. Plantas rasteiras, água e uma vegetação mais próxima, incluindo girassóis, complementa os diálogos entre o que está longe e perto. A dinâmica é regida pelos efeitos de luminosidade da pintura e pela maior precisão das pinceladas no que se aproxima do observador. Todo esse jogo técnico e de composição permite ao quadro funcionar harmonicamente em seu conjunto.
Oscar D’Ambrosio