Quando se pensa a arte como uma representação, toda paisagem é imaginária. Andre Peticov apresenta, na imagem que acompanha este post, um resultado caracterizado por um céu, que ocupa dois terços da imagem, de onde caem gigantescas gotas que são absorvidas por um funil que as leva para uma colina verde, ao lado da qual temos um curso d’água. A integração dos azuis da área superior do quadro com o rio auxilia na composição, enquanto os verdes dos promontórios dão ritmo à estrutura visual, sendo que o delicado ocre da margem auxilia na transição de maneira a atingir um conjunto que se caracteriza pela harmonia. Há uma atmosfera de realismo fantástico, no sentido de que a imagem é composta com uma lógica interna que nos permite interpretá-la como real dentro da proposta imaginária e de bem humorado conteúdo ecológico do artista.
Oscar D’Ambrosio