Ao se observar uma forma abstrata, geralmente é comum que se estabeleça um dialogo com as geometrias presentes na natureza. Plantas, flores, frutos e vegetação em geral trazem padrões que se relacionam com a matemática de múltiplas maneiras. A obra de Maria Cecília Camargo que acompanha este post composta essa reflexão por ser abstrata, mas ter uma organicidade que evoca a natureza. O dinamismo das linhas arredondadas transmite uma sensação de guarida e de útero, como se fosse possível concentrar ali todas as potencialidades da humanidade. O conceito da contenção de energia para uma futura explosão está na larva que se transforma em borboleta, assim como nos instintos e intuições reprimidas e represadas que aguardam o tempo certo para se libertar. A natureza nos ensina que, seja no concreto ou no abstrato, existe um tempo certo para a explosão acontecer.
Oscar D’Ambrosio