Talvez o que diferencie o artista visual dos outros seres humanos seja a capacidade de olhar o mundo de maneiras sempre diferenciadas. A percepção dos detalhes se faz presente na produção de boa parte daqueles que lançam à chamada realidade um ver que se associa ao sentir. O resultado é a criação e apresentação de imagens que nos surpreendem e deleitam, pois comprovam a capacidade humana de ser permanentemente criativa. Os fragmentos de elementos da natureza de Agda Carvalho caminham nessa direção de instaurar representações do cotidiano sob novos prismas. A série intitulada “Eu no Oco do Mundo” faz isso em cada obra. A coroa de abacaxi que acompanha este post parece uma flor que, por sua vez, funciona esteticamente como uma espécie de portal no qual é possível , feliz para sempre, se perder. Dos ocos do mundo, surge o eco de nossa consciência poética e existencial.
Oscar D’Ambrosio