Quando se pensa em arte, preconceitos precisam ser afastados. Isso diz respeito a estilos e também a assuntos. Há aqueles que têm rejeição a imagens de palhaços. O hábito de não olhar para o trabalho e se concentrar no tema pode impedir de mergulhar em algumas nuances de poesia. Na obra de Carlos José Casé que acompanha este post, a figura circense tem uma dramaticidade e plasticidade que estimula novos olhares. Isso é conseguido, em parte, pela maneira como lida com os amarelos, pela resolução visual do olhar e pela roupa que, associada à atmosfera criada, transmite a percepção de algo que está a se desfazer, talvez o próprio personagem. Trabalhos como o de Carlos José Casé podem nos levar a libertar o olhar em busca de um novo que aparentemente não poderia estar no tradicional. Estar sempre aberto e disponível para ver é um ensinamento de perseverança e humildade.
Oscar D’Ambrosio