Há imagens que parecem condensar estados de espírito. A ilustração de Andrea Antunes que acompanha este post tem essa saborosa característica simbólica. A imagem surge dentro de um espaço criado pela artista que alude a uma espécie de caverna do existir. Uma figura feminina, de longos cabelos dourados por que não uma metáfora da luz interior?), vestida de roxo, cor associada ao renascimento em rituais religiosos, porta uma vela (o conhecimento?) cuidadosamente guardada. Traria clareza para a escuridão do viver? A barra azul da roupa remete à água – e ao seu pode ser se amoldar a qualquer recipiente, indicando uma constante transformação. Não nos sentimos muitas vezes assim, como seres a caminhar nas trevas, mas com a missão de transportar algo que permita um melhor conhecimento de si mesmo, dos outros e da sociedade como um todo?
Oscar D’Ambrosio