Esculturas são seres humanos. Têm três dimensões e, ao mergulhar atentamente em sua visualidade, entramos em suas almas. Trata-se de um exercício de possibilidades. A obra de Evelina Villaça que acompanha este post possibilita um refletir sobre como ocorrem encaixes entre formas curvas para gerar uma dinâmica que alude como conjuntos podem estar alinhados ou desalinhados. Se, por um lado, as curvas podem escapar pela sinuosidade das linhas para o alto, ao mesmo tempo, estão presas dentro dos limites das linhas mais retas e verticais das extremidades. Essa tensão entre o gesto que liberta e a linha que aprisiona valoriza a obra. É pelo fato de não haver harmonia e equilíbrio precisos que o trabalho se agiganta. Ele proporciona um pensar sobre o que é exato que conduz a um rever a importância do inexato para que a arte cumpra seu papel de gerar solares incômodos.
Oscar D’Ambrosio