Pílula visual: AmarElo
O documentário “AmarElo - É Tudo pra Ontem”, de Emicida, tem como característica fundamental a sua força de mobilização de mentes. A gravação do show que o rapper fez em novembro de 2019, no Theatro Municipal de São Paulo, discute diversos fatores que incluem uma breve e densa historiografia revisitada da negritude brasileira; um clamor pela reparação histórica daquelas facetas da população injustamente chamadas de minorias; uma análise sociológica da ascensão da cultura da rua, como o rap; uma breve autobiografia do artista; e um registro de making-of do espetáculo, realizado num palco tradicionalmente, com raras exceções, voltado para a cultura branca ocidental europeia.A imagem da artista Lívia Passos (@liviapassos.art)que acompanha este post, como ela mesma atesta, foi realizada ao som do documentário, que cumpre assim a sua função de propagação de ideias, debates e discussões de conscientização e empoderamento. A artista mostra como é possível criar, com fortes tonalidades de amarelo, elos em que o amor se faz presente, enquanto as próprias raízes são mentalmente restabelecidas. A pintura retrata uma explosão de ideias interiores em busca daquilo que se foi, do que hoje se é e do que é possível vir a ser.Oscar D’Ambrosio
