Há palavras que entram na moda. “Disrupção” é uma delas. Conceituada como aquilo que interrompe o seguimento normal de um processo, tendo a capacidade de romper ou alterar padrões, é usada nos mundo dos negócios associada à tecnologia, mas não aparece de maneira tão frequente na arte.Na exposição “Conexões Urbanas”, no Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp, em São Paulo, SP, com curadoria de Baixo Ribeiro, Guilherme Teixeira apresenta um trabalho que é disruptivo por natureza, pois instaura um processo que obriga a pensar e repensar a realidade de outras formas.O artista plástico apresenta seu “Skate Social”, um objeto interativo e móvel, que, produzido em madeira e peças de skate, em forma circular, pode ser usado simultaneamente por grupos de 3 a 6 pessoas. Dentro da proposta da exposição de discutir a cultura urbana do século 21, o skate coletivo dá a um objeto individual, mas que estimula diálogo entre as pessoas, uma concretude coletiva, na qual a harmonia entre os participantes permite permanecer em pé.Nesse aspecto, o “Skate Social” é disruptivo por dar a um objeto conhecido uma dimensão desconhecida. O individual se tona grupal; e o sentimento coletivo da galera do skate de pertencer a uma comunidade se materializa com conversas construtivas. Assim, pensamentos se alteram e se enriquecem; e a disrupção se realiza.Oscar D’Ambrosio