A obra visual de Gilda Vogt tem uma expressão diferenciada. Quando se debruça sobre seres humanos em momentos de agonia, transmite aquilo que corpos e almas sentem. Atingir esse estágio emocional demanda um amadurecimento da própria arte no sentido de um entendimento de como os materiais e os recursos plásticos são instrumentos de transmissão de uma percepção daquilo que chamamos realidade. As diversas formas de violência a que a sociedade é submetida, tanto a física como a psicológica, ganham no seu trabalho um grito de alerta. Há uma manifestação de quem dialoga constantemente com a própria profissão para buscar resultados visuais plenos de sentido. Suas obras, como a que acompanha este post, comunicam, em atos visuais contundentes, maneiras de sentir o mundo caracterizadas por um desconforto que mobiliza internamente o observador.
Oscar D’Ambrosio