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Pílula Visual: Novas naturezas-mortas

Pílula Visual: Novas naturezas-mortas
10/01/2021

O gênero da natureza-morta é muitas vezes tratado com certo desrespeito pela arte chamada contemporânea. A pesquisa visual da criadora Sheila Ortega vem recolocando essa questão com estudo e lirismo. Envolve um olhar diferenciado sobre os materiais do cotidiano, mergulhando na maneira como são organizados e como essa construção resulta em uma interpretação do fazer, vivenciar e transformar o mundo. As mais variadas composições são possíveis nesse jogo visual, que se organiza e desorganiza em diversas dimensões, tanto daquilo que pode ser visto como do que se pensa e do que se sente. A obra que acompanha este post, nesse aspecto, tanto é um uma natureza-morta como um discurso poético do caos contemporâneo, em que a aparente desordem tem uma lírica poesia e contundente ordenação. A arte é então vista como a capacidade de ver o cotidiano de maneira renovada.

Oscar D’Ambrosio