A exposição “O fabuloso universo de Tomo Koizumi”, na Japan House São Paulo, SP, leva a uma reflexão sobre os limites entre arte e moda. O tema não é novo, mas isso não retira o seu fascínio, principalmente perante um designer japonês que trabalha com peças únicas para estrelas como Lady Gaga em 2016.
Cada vestido usa de 50 a 100 metros de organza japonesa, uma fazenda fina e transparente feita de fios de seda, em criações que se caracterizam pela variedade no uso das cores e pelos volumes extravagantes, atingindo resultados expressivos no preto, no branco e nos tons mais rebaixados.
Se considerarmos a arte um conjunto de meios e procedimentos voltados para a produção de algum tipo de objeto; e a moda como o uso de tecidos, cores e matérias-primas para propor modelos de indumentária humana, concluímos que a proximidade entre ambas é imensa, ainda mais quando se trabalha com modelos que não se repetem, como é o caso de Tomo Koizumi.
A exposição reúne 13 criações, sendo três delas feitas exclusivamente para a mostra brasileira. Existe, em sua peças, uma grandiosidade operística ideal para eventos de celebridades, com uma teatralidade que seguramente será desenvolvida para outros meios nos próximos anos, numa proximidade cada vez maior entre a arte como moda e a moda enquanto arte.
Oscar D’Ambrosio