Olhar é uma arte. Transformar aquilo que se contempla em uma manifestação visual digna de ser compartilhada com o público é um processo delicado e complexo, que envolve uma caminhada interior em que há um rico processo de seleções. É essencial pensar naquilo que se vê e decidir como aquilo será registrado e apresentado. Eloísa Marques (elÔ) faz isso na série de trabalhos “Olhos de mim”, em que se debruça sobre plantas e flores presentes na faixa litorânea brasileira, como bromélias, orquídeas, cactáceas, bananeiras e palmeiras. É pela decisão de captar ângulos inesperados que o trabalho ganha força. Na obra que acompanha este post, o registro sugere uma obra geométrica abstrata, comprovando que a arte de fotografar é, em grande parte, a de se arriscar na compreensão do que significa olhar cm atenção, critério e sensibilidade.
Oscar D’Ambrosio