O amor pela cultura do interior percorre as veias de Jocelino Soares. Seja em suas telas, seja em sua fala, ele sempre ressalta a importância da cultura caipira para a sua formação como ser humano e como artista plástico. As suas obras, presentes na exposição “Caipirismo: José Antonio da Silva e Jocelino Soares”, idealizada por Odécio Visintin Rossata Garcia, com curadoria deste e de Romildo Sant’Anna, no Sesc Bom Retiro, em São Paulo, SP, confirmam isso.
Radicado em São José do Rio Preto, SP, Jocelino mescla talento, esforço e paixão por aquilo que faz. Pinta o mundo rural que conheceu na infância, incluindo as porteiras que aparecem com frequência na sua obra, com os dizeres “Casas Pernambucanas – onde todos compram”, marketing da célebre rede de lojas, pintado nas tábuas.
O artista apresenta cenas do campo, como plantações de arroz, café e laranja, e girassóis. Cuidadoso com o uso da luminosidade em seus quadros, estuda as tonalidades da cor e os focos internos que transmitem vibração e vida a cada tela, homenageando, em suas mulheres, todas aquelas que viu trabalhar e envelhecer na lavoura.
Jocelino Soares orgulha-se, portanto, de suas raízes. Amante da literatura e da arte brasileira, oferece uma pintura de grande lirismo e extrema delicadeza, oriunda da alma de um autêntico caipira apto a ter cada vez um maior destaque pela seriedade e competência de seu pensamento e de sua obra plástica.
Oscar D’Ambrosio