Onde está o fascínio de uma pintura? Muitos acreditam que esteja naquilo que é apresentado, ou seja, na imagem que o público vê. Outros argumentam que o essencial reside na forma como o trabalho é feito, valorizando a técnica empegada para se obter um resultado visual.
Existem anda os que concentram as suas atenções nas razões da produção existir, ou seja, nas motivações que deram origem a uma tela ou a uma série de imagens. Cada uma dessas visões, embora essencial, se torna incompleta.
A obra de Andre Crespo que acompanha este post, por exemplo, nos traz importantes reflexões nesse sentido. Por um lado, a tela impacta em si mesma, não havendo necessidade de se conhecer a cidade representada. Além disso, a técnica acurada pode ser observada na forma de trabalhar a luz interna do quadro em um intenso jogo visual de tonalidades de amarelo.
Isso revela que o grande fascínio do trabalho está em seus elementos intrínsecos. Ao mergulhar na maneira como eles se relacionam, valoriza-se o trabalho do pintor e a sua maneira de expressar seus elos com a arte e com o mundo.
Oscar D’Ambrosio