Um dos múltiplos fascínios da obra de arte é que ela se realiza plenamente apenas com a participação do público. A ideia do criador pode parecer plena de brilhantismo, mas é no diálogo com o espectador que ela se completa enquanto processo de comunicação. O trabalho de Regina Sawaya que acompanha este post apresenta justamente esse tipo de indagação. Sua obra, abstrata, em termos de uma classificação de acordo com os ditames convencionais, apresenta um encantador percurso de traços que nos deixam plenos de indagações. Pode ser desde uma escrita indecifrável até a indicação de caminhos desconhecidos, passando por múltiplas outras interpretações. E não se trata de encontrar acertos ou erros no discurso de quem vê. O importante é aquilo que é sugerido e nos inquieta e faz pensar, com os lúdicos e instigantes processos visuais que cores, tonalidades, formas e traços permitem criar.
Oscar D’Ambrosio