Esporte radical que consiste em saltar de uma altura num vazio amarrado aos tornozelos por uma corda elástica, o Bungee Jumping tornou-se uma expressão de coragem. É um atributo preciso, já que a sua origem está no Naghol, iniciação praticada por rapazes de uma aldeia ao sul da Ilha de Pentecostes, em Vanuatu, pequeno país no Sul do Oceano Pacífico.
Para comemorar a colheita do inhame e serem chamados de adultos, os jovens se atiram de uma torre de 30 metros de altura, amarrados pelo tornozelo por um tipo de cipó. A prática foi registrada pioneiramente, em 1954, por jornalistas da revista National Geographic que observou que os rapazes eram amarrados com videiras.
O fascinante era que as videiras tinham as medidas exatas de modo que os saltavam não encostavam no chão, mantendo a distância suficiente para não quebrar alguma vértebra do pescoço. Décadas depois, em 1987, quando o neozelandês Alan John Hackett saltou da torre Eiffel, em Paris, a atividade se popularizou pelo mundo.
A série do fotógrafo Paulo D’Alessandro sobre o tema impressiona pelos aspectos estéticos e simbólicos. É uma mulher que salta na imagem que literalmente evoca o vazio, pois não há referência alguma. A foto torna-se assim uma alegoria da ritualística coragem de assumir o risco e da atitude de largar tudo para se lançar em um novo mundo de possibilidades.
Oscar D’Ambrosio