Ser artista é desenvolver uma forma de olhar. Roberto Cruz é um criador visual que tem essa máxima presente em todo o seu trabalho. A questão permeia as diversas técnicas utilizadas, mas, acima de tudo, se concretiza em uma maneira de compreender o mundo plástico como uma representação. Quando essa concepção se torna interiorizada, a realização expressa profundas inquietações, pois o assunto enfocado fica em segundo plano perante uma proposta estética e existencial em que o observar se torna mais atento para permitir o desenvolvimento de uma capacidade maior do transformar. Esse processo é mais que uma atitude artística. Torna-se uma filosofia vivencial que dá forma a um estilo visual reconhecível. Gera, portanto, uma proposta de interação com o mundo, transformando-o pelo pensamento do olhar que motiva e acompanha cada obra.
Oscar D’Ambrosio