Imagine um filme de 9 minutos que permite refletir sobre o significado da arte, principalmente perante uma grande perda. Essa é a proposta do curta-metragem de animação americana “Canvas”, de Frank E. Abney III, lançado mundialmente pela plataforma de streaming Netflix dia 11/12 último.
Com a perda de sua esposa, um pintor não consegue sequer reunir forças sequer para colocar uma nova tela em branco no cavalete e recomeçar o trabalho. Somente com o apoio da pequena neta, que realiza sensíveis pequenos desenhos, seu processo criativo encontra energia para renascer – e a tela em branco ganhara o contato dos pinceis.
Sem diálogos, a obra leva a pensar justamente como a grande arte é aquela que muitas vezes se vale justamente das sugestões dos silêncios. É a expressividade das expressões e gestos dos personagens que conduz a um mergulho naquilo que suas almas podem dizer – e o fazem com sutileza.
Os 6 anos de produção que resultaram nos encantadores 9 minutos são um ensinamento. Reforçam a ideia de como muitas vezes obras de extremo valor para reflexão surgem após muito tempo de trabalho. O elegante e sutil “Canvas” mostra um diretor estreante construindo um discurso em que elos entre gerações são o passo para retomar sonhos.
Oscar D’Ambrosio