O plano é um rico universo de duas dimensões que pode ser formado de várias maneiras: por três pontos que não estão em uma mesma reta; por uma reta e um ponto fora dela; por duas retas que se cruzam em um único ponto; ou por duas retas paralelas distintas.
Essas possibilidades geométricas são exploradas pelo artista plástico Lopreto em sua pesquisa visual, que inclui ainda uma reflexão sobre o espaço como um todo. Existe em suas obras uma indagação permanente do sentido da própria arte como manifestação de uma relação não somente de um criador plástico com a visualidade, mas de um ser humano com aquilo que costumamos chamar de realidade.
Há pouco ambientes mais complexos e filosóficos do que a matemática e a geometria – e não é coincidência que Pitágoras e Euclides, respectivamente sejam referências da cultura ocidental. A arte de Lopreto, com seu mergulho nos planos, formas, cores e tonalidades, é uma maneira de penetrar em nós mesmos, conhecendo as nossas estruturas e possibilidades físicas, mentais e – por que não? – espirituais.
Na geometria, encontramos muito daquilo que nos constitui enquanto ser humano. Por meio dela, a arte permite um adensamento de impressões daquilo que somos – e, pela capacidade de aprofundar o que pensa e se faz, se multiplica a potência de entender melhor nossas conexões com o mundo.
Oscar D’Ambrosio