Miticamente, as amazonas integravam uma antiga nação de mulheres guerreiras. Edu Cardoso as coloca em um lírico contexto de delicadeza. O cenário não é a Grécia, mas o Brasil, com a presença da vitória-régia, planta aquática típica da Amazônia, região que recebeu esse nome pelos habitantes autóctones da região terem sido relacionados às célebres combatentes. A obra encanta pelas transparências da água e por uma atmosfera regida pela lua, ligada ao feminino e ao inconsciente. É à noite que muitos desejos se realizam e as energias entram em harmonia, sendo estabelecida uma conexão das personagens com a natureza. Pela técnica refinada e capacidade de estabelecer narrativas a partir de imagens, Edu Cardoso mostra como a criação artística pode se dar na esfera do sonho, motivando a observar o cotidiano com olhares renovados.
Oscar D’Ambrosio