Quando se observa uma obra de arte, é como se estivéssemos perante uma pessoa. Para conhecer um ser humano, é necessária uma observação atenta, pois cada gesto ou tom de voz expressa uma história. Cada cicatriz ou marca de expressão contribui para a visão de um conjunto daquilo que um ser humano fez, do que representa hoje e daquilo que poderá desenvolver. As imagens de Débora Volpe caminham nessa direção. Cada uma provém de uma pesquisa visual, são o resultado de um aprimoramento técnico continuo e parecem indicar um porvir de uma progressiva liberdade formal e expressiva. A imagem que acompanha este post traz um significativo diálogo entre o personagem central e a parede da casa em que ele está. A precariedade da construção deixa suas marcas, e a firmeza do olhar mantém a firmeza do espírito. Assim, não vemos mais um retrato, mas a declaração de uma alma.
Oscar D’Ambrosio