Quando se observa uma imagem, os nossos olhos buscam pontos de referência nos quais possam se ancorar. Guilherme de Faria, em trabalhos como o que acompanha este post, nos trazem a possibilidade de nos perdermos em diversos pontos de atenção, o que acaba por valorizar o conjunto como um universo autônomo. Cada detalhe traz o seu fascínio e contribui para que se conceba a obra como um caminho para que possamos nos perder do cotidiano e ingressar em um novo mundo de riquezas e perspectivas que abrem a mente para o infinito. Temos aqui, ao centro, a figura feminina junto a um animal, mas a árvore também clama com um chamado pela sua simbologia de ser um elo entre as forças interiores da natureza e o céu. A vegetação curiosamente funciona como uma onda do mar que nos carrega num vórtice de emoções e sentimentos que alerta para a nossa encantadora humanidade.
Oscar D’Ambrosio