A arte de bordar tem várias magias. O ato de lidar com uma linha pode ser interpretado como uma das maneiras mais poéticas de construir a própria existência, traçando os andares da vida. A linha do destino pode ir por caminhos desconhecidos. A ideia de bordar a própria existência e a alheia é mais que uma figura de linguagem. Trata-se de uma prática cotidiana plenamente integrada aos desafios da arte conceitual contemporânea. Parísina Éris Ilíade Tameirão Ribeiro, professora de Artes e artista visual em Diamantina, MG, ilustra bem um fazer do bordar que acredita na fé e na esperança para construir um ato criativo que valoriza as lembranças da cultura e das festas populares. Poucas manifestações estéticas são mais poéticas que o diálogo entre os tempos que a arte do bordar manifesta. A mente encontra no passado uma lírica base afetiva que permite a construção do futuro.