Se parte de um trabalho artístico surge de um movimento de expressão, ou seja, de colocar para fora, por meio de materiais plásticos, uma visão de mundo; existe uma outra força, aquela que vem de fora para dentro, que imprime, no criador visual, impressões. Do diálogo e da fusão entre essas forças é que cada artista consolida o seu estilo, que surge na mescla entre o que recebe e o que expressa. Sergio Perez, na obra que acompanha este post, lida com esse caldo criativo. A impressão da locomotiva vindo, em meio à fumaça, é uma luz perante o desconhecido. Entre a névoa que pouco deixa ver, está a máquina, com suas certezas, convicções e motivações que nos movem mesmo quando a situação parece não ter saída. A impressão que temos é que a obra expressa justamente que sempre há um caminho, mesmo quando parece que não se pode mais visualizar claramente o futuro.
Oscar D’Ambrosio