Escrever compêndios sobre a devastação do planeta pelo ser humano é importante e necessário, mas há imagens que têm uma intensidade que nos deixa profundamente silenciosos. É o caso da obra “Mundo azul”, de Nilson Machado que acompanha este post. A onça tendo a sua pele retirada e um azul sombrio que parece indiciar a morte de todos os seres vivos do planeta nos fazem parar para refletir sobre os caminhos que a Humanidade vem tomando em relação à preservação de si mesma, dos animais e do meio ambiente. A atmosfera fantasmagórica funciona como um alerta para que entendamos o sofrimento ou a morte de cada animal não como uma estatística a ser utilizada em manifestos ou reuniões, mas como um pedaço que nos é arrancado. A pele do felino não é só dele. É uma cicatriz que fica em cada ser humano. Seu desaparecimento é um fragmento da complexa Mãe Natureza que parte – e deixa saudade.
Oscar D’Ambrosio